segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Espírito olímpico na rodada de Doha

Me segurei muito para não assistir à abertura das 29 Olímpiadas da Era Moderna. Primeiro pelo fato do esporte ter se tornado um simples mercado (quase nos esquecemos das nações e lembramos de marcas esportivas). Segundo pelo que o governo chinês faz com algumas regiões, no caso mais claro, o Tibet. Terceiro porque é um momento de exaltação nacional do qual desconfio bastante.

Mas o coração mole é foda. Toda aquela parafernalha da abertura foi bonita, mas nada que me surpreendesse. Retiraram da historiografia toda parte contemporânea e do qual a China Moderna está inserida: a Guerra do Ópio e a revolução comunista e cultural. Mas o que mais me impressionou foi o desfile das delegações. Saber que há muitas nações é uma coisa, ter que assistir a todo o desfile é outra. Realmente dá a dimensão do quanto somos ignorantes sobre o mundo.

No desfile, vemos pessoas de verdade e não nomes estranhos ou comentários depreciativos sobre o tamanho ou excentricidade aos nossos olhos. O mais engraçado é ver os líderes ridículos acenando quando seu país aparece sendo que muitos desses atletas não tiveram um puto de ajuda de seus governos.

Conversando mais tarde com minha irmã Bruna Mara que tem relações diplomáticas como vocação, comentei que o juramento dos atletas e dos arbitros era a cosia mais marcante. Porque no meio daquela festa toda, há um momento solene (e até burocrático mas não esquecido) em que todos juram obedecer as regras que regem cada modalidade e respeitar o espírito olímpico de fraternidade entre os povos. Então a Bruna comentou que se as negociações internacionais fossem feitas assim o mundo seria um lugar um pouco melhor.

Vamos colocar todos os negociantes Olímpiadas de Doha! Imaginem as Olímpiadas de Kyoto!

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